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Cicatriz em cirurgia plástica

PERÍODOS PELOS QUAIS AS CICATRIZES INFALIVELMENTE PASSARÃO:

Período Imediato: vai até o 30º dia e apresenta-se com aspecto pouco visível. Em alguns casos apresentam uma discreta reação aos pontos ou ao curativo.

Período Mediato: vai do 30º dia até o 12º mês. Neste período há o espessamento natural da cicatriz, bem como inicia-se uma mudança em sua cor, que se torna mais escura (do vermelho para o marrom) e vai, aos poucos, clareando. Este período, o menos favorável da evolução cicatricial, é o que mais preocupa os pacientes. Como não podemos apressar o processo natural da cicatrização, recomendamos aos pacientes que não se preocupem, pois, o período tardio se encarregará de diminuir os vestígios cicatriciais.

Período Tardio: vai do 12º ao 18º mês. Neste período, a cicatriz começa a tornar-se mais clara e menos consistente, atingindo, assim, o seu aspecto definitivo. Qualquer avaliação do resultado definitivo da cirurgia, no tocante à cicatriz, deverá ser feita após este período.

Algumas vezes, o cirurgião plástico é procurado por pacientes que acreditam ser possível realizar uma cirurgia sem deixar cicatrizes. Na realidade, sempre que ocorre uma lesão da pele ou qualquer outro tecido do corpo, acidental ou cirúrgico, haverá uma cicatriz, devida aos mecanismos próprios da cicatrização.

No entanto, o que pode variar é a qualidade da cicatriz. Uma cicatriz de boa qualidade deve ser fina, plana, com coloração semelhante ao local em que está e bem posicionada (“escondida”). O Cirurgião Plástico possui alguns artifícios que podem ser utilizados para controlar a cicatriz e proporcionar meios de cicatrização favorável e com bom resultado estético final.

O Cirurgião Plástico pode interferir na técnica cirúrgica e na localização da cicatriz, além de adotar medidas preventivas complementares. A técnica cirúrgica deve ser minimamente traumática, apurada, com utilização de instrumental e fios apropriados, prevenção de infecção e evitando tensão na cicatriz.

A localização da cicatriz também é importante, pois mesmo de boa qualidade ela estará presente. Portanto o Cirurgião Plástico elege regiões onde a cicatriz será pouco visível (atrás da orelha, couro cabeludo, pregas e dobras naturais da pele, etc) ou áreas que ficarão cobertas pelas vestes.

Como medidas preventivas podem ser utilizados curativos para redução da mobilidade da região e conseqüentemente redução da tensão na cicatriz (enfaixamento, uso de fitas adesivas, etc), além de prescrição de antibióticos e medidas de higiene para reduzir o risco de infecção.
Certos pacientes apresentam tendência à cicatrização hipertrófica ou ao quelóide. Essa tendência, entretanto, poderá ser prevista, até certo ponto, durante a consulta inicial, quando se faz uma série de perguntas sobre a vida clínica pregressa do paciente, bem como a análise de suas características familiares, que muito ajudam quanto ao prognóstico das cicatrizes. Geralmente, pessoas de pele clara não tendem a esta complicação cicatricial; pessoas de pele morena e oriental têm maior predisposição ao quelóide ou à cicatriz hipertrófica. Isto, entretanto, não é uma regra absoluta. A análise dos antecedentes, como já dissemos, facilitará o prognóstico cicatricial.

O quelóide se caracteriza como sendo uma cicatriz elevada, endurecida, escura e que pode se estender além das margens da cicatriz, com prurido e desconforto local. Quando diagnosticado precocemente, há métodos para controle de sua evolução e, mesmo depois de estabelecido, existem recursos clínicos e cirúrgicos para o seu tratamento.

A cicatriz hipertrófica é outra variante dos distúrbios de cicatrização, de caráter mais benigno que o quelóide, embora muito semelhante a ele no seu início. No entanto, a cicatriz hipertrófica não ultrapassa os limites da cicatriz original e tende a regredir espontaneamente em um período de 6 meses a 1 ano; pode deixar como resultado final uma cicatriz alargada.

Do mesmo modo, há métodos de controle de sua evolução. Vários recursos clínicos e cirúrgicos nos permitem melhorar cicatrizes patológicas, na época adequada. Não se deve confundir, entretanto, o período mediato da cicatrização. Qualquer dúvida a respeito da sua evolução cicatricial deverá ser esclarecida com seu médico e nunca com amigos(as) que, como você, “também podem estar apreensivos(as) quanto ao resultado final”.

Após a maturação da cicatriz, permanecendo ainda uma cicatriz alargada, esta pode ser corrigida mediante uma “revisão da cicatriz”, ou seja, um pequena cirurgia para remoção da cicatriz alargada. Evolui muito bem na grande maioria dos casos, pois há menos tensão na cicatriz do que na primeira cirurgia.

Portanto, o objetivo do Cirurgião Plástico não é realizar uma cirurgia sem cicatriz, o que é tecnicamente impossível, mas sim, deixá-las de modo que sejam dificilmente visualizadas, ou seja, praticamente imperceptíveis.

Fonte: Dra. Andreia Bufoni Farah

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